Foto: Patrícia Viale
*esta coluna é dedicada para Carine Zanotto
Inúmeras foram as vezes, na vida, que nos pegamos tentando não silenciar. Num ambiente com outras pessoas. Num quarto consigo mesmo. Existe sempre uma voz chamando, gritando. Voz externa ou interna. Mas sempre voz. Nos acostumamos a ouvir barulho, a produzir barulho. Barulho não é mais ruído. É a certeza de estarmos vivos. Uma simbologia “faça barulho, você está vivo”. Quem faz o som vir para fora, sobrevive. Quem guarda a voz, cala. E quem cala, consente.
E de calar em calar. De consentimentos em consentimentos criamos silêncios constrangedores e incendiários. Silêncios que afastam pessoas, que já compartilharam suas almas. Silêncios que incendeiam vidas. E vida incendiada é vida terminada.
Na gangorra da vida não se vai, instantaneamente, nem ao oito nem ao oitenta. Se desliza suavemente entre os pólos. Se permite o equilíbrio entre o silêncio e o barulho. Tantas palavras, poucas palavras. Que bem faz! Que mal faz! O excesso julga. A ponderação acalenta. E o êxtase vem com o vivido, no justo equilíbrio entre o bem e o mal viver. Então não acelere. Respire.
Não esqueça também que silêncios mal cuidados podem queimar mundos e horizontes. Podem queimar pessoas e relações. Não guarde silêncios. Silêncio foi feito para suavizar a vida. Nunca para apunhalar. Silêncios de verdade são leves. Silêncios pesados significam corações concretados. E concreto não respira, mas queima. E queimado se faz ausente de vida.
Respostas de 8
Lindo texto
Forte reflexão
Amei
Obrigado por compartilhar com a gente
Obrigada João!!!
Como eu queria ter este dom,que orgulho que eu tenho de ti PATY VIALE !Teus textos entram na minha alma e me silenciam de amor . Te Amo Muitoooooooo
Muito amor recíproco Valéria!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Se quiser chegar rápido… vá sozinho…mas se quiseres ir longe, vamos caminhar juntos.
Sempre juntos Miro!!!
Eu que agradeço João a leitura! E que a gente siga prestando atenção nos silêncios!!
Irei refletir.
Muito profundo e cotidiano na minha vida.
Buscado o silêncio interior, forçado o exterior a não existir muito porque falo demais e, parece que o momento é de falta de paciência para ouvir o outro.
Meditar no silêncio! Coisa difícil fazer calar a minha mente.
Gratidão.