Ansiedade pode causar tontura

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Foto: Divulgação

Campanha alerta que ansiedade pode causar tontura

Idealizada pelo Departamento de Otoneurologia da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, a Semana da Tontura acontece até 22 de abril
 

Nesta sexta-feira, dia 22 de abril, é celebrado o Dia Nacional da Tontura, data criada com o objetivo de incentivar o correto diagnóstico e tratamento do sintoma. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a tontura está presente em cerca de 30% da população global e pode estar relacionada a causas diversas e diferentes quadros de doenças.
 

Para despertar a atenção da população para o problema, o Departamento de Otoneurologia da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) promove esta semana (de 18 a 22 de abril), a quinta edição da Semana da Tontura com o slogan “Tontura é coisa séria”. O foco deste ano é discutir com a população e com a classe médica o tema “Ansiedade causa tontura?”. O assunto também é a pauta de uma live nesta segunda-feira (18 de abril), às 20h, com transmissão nos perfis do instagram da ABORL-CCF, no Otorrino e Você e Semana da Tontura, simultaneamente. Na ocasião, especialistas responderão as dúvidas dos participantes sobre o tema.
 

“A campanha de 2022 aborda a relação e a influência da ansiedade com a tontura. Diante do período de isolamento social e o convívio diário com a pandemia, as dificuldades emocionais se agravaram e percebemos que quadros de pacientes com ansiedade e tontura se tornaram mais frequentes em consultório nos últimos dois anos”, explica o otorrinolaringologista da ABORL-CCF, Guilherme Paiva Gabriel, coordenador da Campanha da Tontura.
 

Dados divulgados em março deste ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sinalizaram que no primeiro ano da pandemia do coronavírus, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%.
 

No Brasil, um estudo feito por pesquisadores da USP mostrou alta prevalência de ansiedade e outros sintomas, como depressão e estresse pós-traumático, após a covid-19. Os pacientes que se recuperaram de formas moderadas e graves da doença apresentaram alterações cognitivas e psicológicas a longo prazo, sendo comum a observação de transtornos de ansiedade generalizada em até 15,5% deles.
 

“A ansiedade é definida como uma emoção que reúne sentimentos de tensão e preocupação, além de alterações físicas no organismo. Ela pode piorar em períodos de maior demanda cognitiva ou emocional, como uma doença ou evento traumático. E pessoas com perfil ansioso podem sofrer com uma gama de sintomas, entre os quais estão as sensações de tontura persistente”, esclarece o médico.

A importância do diagnóstico

O especialista da ABORL-CCF alerta que a ansiedade pode funcionar como gatilho para diversas doenças, incluindo alguns problemas que afetam o labirinto, que é a estrutura interna do ouvido muito relacionada à manutenção do equilíbrio corporal.
 

“O nosso labirinto é muito sensível. Vários fatores estressores como a ansiedade podem atrapalhar o seu funcionamento correto e causar crises que se apresentam com tontura”, afirma Dr. Guilherme. O sintoma também pode indicar uma série de outras enfermidades cardiovasculares, neurológicas, nutricionais, tumorais, entre outras.
 

Presente em 42% da população adulta de São Paulo, segundo estudo publicado pela Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, a tontura, por muitas vezes, não costuma ser um motivo para pacientes buscarem auxílio médico. Porém, pessoas que sofrem com o sintoma podem ter limitações de suas atividades e a qualidade de vida impactada.
 

Os especialistas esclarecem que cada caso tem a sua particularidade. O diagnóstico dependerá do entendimento dos sintomas do paciente. Em algumas situações é necessária a realização de exames de sangue, de imagem e testes vestibulares (do labirinto) e auditivos. Sem o correto diagnóstico, é difícil acertar o tratamento.
 

“Por isso, é importante que a classe médica e a população geral sejam conscientizadas de que tontura é um sintoma que deve ser tratado e investigado com cuidado. O médico otorrinolaringologista é o especialista nas doenças do labirinto e poderá contar com avaliação de psiquiatras, clínicos gerais, cardiologistas, geriatras e neurologistas atuando no tratamento das relações da tontura e da ansiedade em cada paciente”, informa o profissional.
 

Projeto Meu Otorrino é 10!

A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) lançou esse ano o projeto “Meu Otorrino é 10!”, trazendo na voz de pacientes as principais contribuições que esse profissional proporciona à saúde de crianças, jovens, adultos e idosos. “Meu Otorrino é 10 porque ele cuida da minha tontura”, uma das frases-motes da ação, conscientiza sobre a atuação desta especialidade dentro do cuidado das pessoas com este sintoma (tontura).
 

Serviço | Semana da Tontura

Data: de 18 a 22 de abril

InformaçõesABORL-CCF / Semana da Tontura
 

Sobre a ABORL-CCF

Com mais de 70 anos de atuação entre Federação, Sociedade e Associação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Médica Brasileira (AMB), promove o desenvolvimento da especialidade através de seus cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbios científicos, entre outras entidades nacionais e internacionais. Busca também a defesa da especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.500 otorrinolaringologistas em todo o país.

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